Será que células cerebrais vivas podem ser o futuro da inteligência artificial?

cell seen under microscope
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Cientistas da Universidade de Indiana, em Bloomington, criaram um “hardware de IA vivo” chamado Brainoware, que utiliza o poder computacional de redes neurais biológicas em um organoide cerebral.

Em termos mais simples, bolas de células cerebrais humanas cultivadas em uma placa de petri foram conectadas a computadores para resolver equações matemáticas.

Este é um passo inicial em direção ao uso de tecido cerebral vivo como uma forma de inteligência artificial, mas os pesquisadores afirmam que este objetivo pode levantar questões éticas no futuro.

Embora a inteligência artificial baseada em computador esteja progredindo rapidamente em determinadas tarefas, isso está sendo alcançado pela criação de sistemas de IA cada vez maiores e mais intensivos em energia, além de treiná-los em conjuntos de dados cada vez maiores.

Por outro lado, o cérebro humano usa apenas cerca de 20 watts de energia e pode aprender muito mais rápido do que uma máquina. É por isso que alguns pesquisadores acreditam que a biocomputação – usando células cerebrais vivas como AIs – é o caminho a seguir.

Em 2021, a revista científica New Scientist revelou que Brett Kagan, da Cortical Labs, na Austrália, e seus colegas treinaram camadas planas de células cerebrais humanas e de ratos para jogar o jogo de computador Pong.

Os “DishBrains”, como a equipe os chamou, aprenderam muito mais rapidamente do que as IAs convencionais. No entanto, o trabalho de Guo e sua equipe é o primeiro a usar organoides cerebrais tridimensionais para resolver equações matemáticas.

Embora o uso de organoides cerebrais como hardware de IA vivo seja uma ideia interessante, a capacidade de computação dessas estruturas ainda é muito rudimentar em comparação com o cérebro humano real, e há muitas limitações éticas a serem consideradas.

Por exemplo, essas estruturas precisam de um sistema circulatório para crescer além de alguns milímetros, o que pode levantar questões éticas. Portanto, enquanto este é um passo promissor, ainda há muito trabalho a ser feito antes de podermos usar tecido cerebral vivo como IA de forma eficaz e ética.

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