Um estudo recente alerta que a turbulência em céus sem nuvens, chamada de turbulência de ar claro, está piorando devido às mudanças climáticas. Os resultados mostram que houve um aumento de 55% na turbulência em rotas de voos sobre o Atlântico Norte desde 1979 e essa tendência deve continuar no futuro. A turbulência já custa às companhias aéreas centenas de milhões de dólares anualmente e tem aumentado o risco de lesões, danos e atrasos de voos. Com a turbulência em céus sem nuvens, é difícil navegar, já que o radar do avião não pode detectá-la.
As mudanças na velocidade do vento em diferentes alturas, chamadas de cisalhamento do vento, estão criando mais turbulência em céus claros, segundo especialistas. O cisalhamento do vento está aumentando em bandas de ventos de fluxo rápido chamados de jet streams, que estão se tornando mais caóticas devido às emissões de gases de efeito estufa. Esse caos está impulsionando o aumento da turbulência em céus claros.
Além disso, a turbulência em céus claros é particularmente difícil de navegar. Embora o radar do avião possa alertar o piloto sobre a turbulência devido a uma tempestade próxima, ele é essencialmente cego para a turbulência em céus claros, uma vez que não há nuvens para detectar. Isso torna a previsão de turbulência em céus claros um grande desafio para as companhias aéreas.
A autora do estudo, Isabel Smith, alerta para o aumento da turbulência em céus claros no futuro, especialmente durante as temporadas de verão, quando há tipicamente menos turbulência. Smith estima que haverá um aumento de 9 a 14% na turbulência de ar claro por temporada para cada grau Celsius de aquecimento global no futuro. Desde a revolução industrial, o mundo já aqueceu mais de um grau Celsius. Com o aumento da turbulência em céus claros, as companhias aéreas precisarão pensar em como gerenciar e minimizar os riscos associados a ela.