A física quântica desafia muitas das nossas intuições fundamentais sobre como o universo funciona.

Muitos olham para os experimentos e concluem que eles desafiam a “localidade” – a intuição de que objetos distantes precisam de um mediador físico para interagir. Outros acreditam que os experimentos desafiam o “realismo” – a intuição de que há um estado objetivo subjacente à nossa experiência.

Um grupo crescente de especialistas acredita que devemos abandonar a suposição de que ações presentes não podem afetar eventos passados, chamada de “retrocausalidade”. Essa opção afirma que a retrocausalidade pode salvar tanto a localidade quanto o realismo.

Mas o que é causação afinal? Em termos simples, é encontrar as correlações robustas que ainda mantêm a relação entre duas variáveis quando mudamos uma delas. A causalidade é o que nos permite descobrir o que mais muda quando “mexemos” com as coisas ao nosso redor.

Na física quântica, a retrocausalidade pode ser a solução para explicar as estranhas correlações encontradas nos experimentos de Bell.

Retrocausalistas propõem que as escolhas de medição de Alice e Bob afetam as partículas de volta à fonte, explicando as correlações estranhas, sem violar a relatividade especial de Einstein.

Apesar de algumas objeções, a retrocausalidade parece ser uma opção promissora para salvar a localidade e o realismo da física quântica, e há um crescente grupo de estudiosos trabalhando nessa área.

Ainda há muito a ser feito em termos de desenvolver modelos retrocausais concretos que cumpram a restrição de que não se pode medir tudo de uma só vez. Mas, no momento, parece que a retrocausalidade tem vantagem em relação às outras opções.

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