A crescente rede de satélites Starlink, da SpaceX, está prejudicando a observação do cosmos, segundo pesquisadores na Holanda.
As ondas de rádio emitidas por esses satélites, que foram lançados para fornecer internet rápida ao redor do mundo, estão interferindo nas capacidades dos telescópios de rádio de detectar sinais do universo distante.
A nova geração de satélites Starlink é mais problemática do que as versões anteriores, tornando-se um obstáculo significativo para a astronomia.
O Instituto de Radioastronomia da Holanda (ASTRON) afirmou que os milhares de satélites em órbita estão “cegando” os telescópios de rádio, dificultando a pesquisa astronômica.
A radiação emitida pelos novos satélites é tão intensa que excede os limites estabelecidos pela União Internacional de Telecomunicações, ameaçando a capacidade de observação de fenômenos como jatos emitidos por buracos negros e as primeiras galáxias formadas no universo.
Embora os satélites Starlink estejam conectando áreas remotas e de difícil acesso, como partes do Reino Unido, Ucrânia e Iêmen, astrônomos alertam que isso tem um custo alto para a ciência.
A interferência dos satélites da segunda geração é 32 vezes mais forte que a dos primeiros modelos, e o problema está se agravando com o lançamento semanal de novos satélites.
A professora Jessica Dempsey, diretora do ASTRON, destaca que esses sinais poderosos estão prejudicando a observação de galáxias e exoplanetas, essenciais para o avanço da astronomia.
Os cientistas defendem que é necessário mais regulamentação para controlar as emissões de radiação dos satélites e proteger a pesquisa científica.
A ASTRON sugere que a SpaceX poderia liderar a mudança, adotando medidas simples, como blindagem de baterias, para reduzir a radiação emitida.
Caso nada seja feito, alertam os pesquisadores, em breve, as únicas constelações visíveis no céu serão aquelas feitas pelo homem, colocando em risco a exploração científica do universo.