No ano passado, o rio Slims desapareceu totalmente no que se pensa ser um caso moderno de “pirataria fluvial” – fenômeno pelo qual o leito de um rio é repentinamente desviado até outro curso d’água.
Em apenas quatro dias, o que antes era uma torrente furiosa tornou-se pouco mais do que um leito seco – um lembrete rígido e devastador de como o aquecimento global pode moldar a geografia do mundo.
Durante séculos, o rio Slims transportou água derretida para o norte desde a geleira Kaskawulsh até o rio Kluane, onde desemboca para o Mar de Bering.
Na última primavera, porém, a geleira derreteu a tal ponto que o curso da água foi desviado ao longo de um novo caminho, cortando o Slims e o privando de sua fonte de água.
Enquanto a “pirataria fluvial” é pensada para ter ocorrido em um passado distante, esta é a primeira vez que algo foi documentado acontecendo nos tempos modernos.
“As pessoas olham para o registro geológico, que ocorreu há milhares ou milhões de anos atrás, e não o século 21, que está acontecendo sob nosso nariz”, disse o geocientífico Dan Shugar.
“Ninguém documentou que isso aconteceria durante as nossas vidas.”