Deitar-se de barriga para cima também pode ter efeito sobre o organismo. Ao dormir, a musculatura relaxa e a ação da gravidade sobre a língua e a mandíbula pode facilitar o estreitamento da via aérea superior causando ronco ou até mesmo episódios de obstrução com interrupção da respiração em alguns indivíduos propensos, uma condição chamada de apneia obstrutiva do sono (AOS).

A apneia do sono ou ronco podem ocorrer exclusivamente nessa posição (apneia posicional), de maneira que a mudança de decúbito resolva total ou parcialmente o problema, conforme explica o Dr. Alan Eckeli, professor de neurologia e medicina do sono da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

Na mesma entrevista, Gustavo Senna Chelles relata ter sido alertado pela esposa sobre o ronco e receber “cutucões” durante a noite para mudar de posição: “Muitas vezes, via minha esposa indo dormir na sala por causa do meu ronco, mesmo tentando me alertar. Frequentemente ela perdia o sono ao acordar e passava a madrugada em claro”.

Dr Alan explica que em muitos casos, no entanto, apesar de as apneias ocorrerem predominantemente na posição de barriga para cima (supina), a condição se mantém em outras posições e precisa ser tratada para evitar que as interrupções na respiração privem o corpo e o cérebro de oxigênio. Foi o que descobriu Chelles ao procurar ajuda e receber o diagnóstico de apneia do sono.

A indicação de tratamento mais comum para pacientes com apneia do sono moderada ou grave é o uso de terapia com CPAP – pressão positiva nas vias aéreas.5 O equipamento gera um fluxo de ar que pressuriza a via aérea através de uma máscara, promovendo a desobstrução.

Graças à tecnologia, hoje já existem diversas opções de máscaras no mercado para permitir aos pacientes em tratamento dormir na sua posição de preferência ou movimentar-se na cama com mais liberdade.

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