O psicólogo Nigel Holt investiga por que os bilionários parecem se colocar em perigo com mais frequência do que a pessoa média. Como a maioria das pessoas, ele assistiu com horror à tragédia do submarino Titan. Holt se perguntou por que alguém pagaria dinheiro para experimentar um risco tão grande. Seriam os bilionários simplesmente vaidosos ou estúpidos? Ou será que o comportamento de risco imprudente está em seu DNA?

Descobriu-se que existe uma boa quantidade de pesquisas sobre por que pessoas ricas correm riscos, que abrange várias áreas da psicologia. Um artigo publicado na revista Nature investigou as personalidades de 1.125 pessoas na Alemanha com patrimônio líquido de pelo menos €1 milhão (então nem todos eram “super-ricos”) e como elas diferiam do restante de nós. O estudo mostrou que pessoas com essas rendas comparativamente mais altas eram geralmente extrovertidas e, o mais importante, tolerantes ao risco. Isso significa que eles podem ser mais atraídos por busca de emoções e comportamentos de risco, em termos de aventuras e esportes extremos.

No entanto, como especialista, Holt se pergunta: o que veio primeiro? A enorme riqueza ou a constituição específica da personalidade? O dinheiro molda a personalidade ou a personalidade permite que a pessoa desenvolva tal riqueza?

A resposta é um pouco de ambos. Uma personalidade propensa a correr riscos provavelmente pode ajudá-lo a ganhar dinheiro. Mas, quando você adquiriu uma enorme quantidade de riqueza, provavelmente também tem muita segurança em sua vida – nunca tendo que se preocupar com a próxima refeição ou com o aquecimento da casa no inverno. Alguns podem experimentar isso como uma vida um pouco segura demais.

O sociólogo francês Pierre Bordieau argumentou que nossa forma de estar no mundo – nosso “habitus” – é parte do que somos. Pessoas em culturas distintas ou com histórias específicas tendem a compartilhar um habitus – o que significa que a sociedade pode, em última análise, moldar a mente de uma pessoa. Se você é muito rico, mesmo exemplos mais extremos de experiências muito perigosas se abrem, o que pode ajudá-los a viver uma vida autêntica – sendo verdadeiros consigo mesmos.

Ricos e pessoas com aversão a riscos consomem de maneiras diferentes, mas ambas são autênticas, prazerosas e naturais, com referência ao seu habitus. Aqueles que correm riscos são vistos como desejáveis em negócios – como pessoas que podem mover uma empresa para frente. O comportamento de aversão ao risco é visto como menos desejável, em vez de ser visto como uma reflexão de solidez e estabilidade, proporcionando uma influência calma e constante.

Em última análise, é importante considerar como valorizamos a tomada de riscos, em vez de culpar indivíduos que estão apenas tentando viver uma vida satisfatória – sejam eles bilionários ou não.

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