Esta é uma questão favorita dos vestibulares: qual é a montanha mais alta da Terra? A resposta vem rápido – Monte Everest, a uma altura de 9 mil metros.
Mas isso é apenas em terra. Pois, se você fosse medir do fundo do oceano, a montanha mais alta do mundo provavelmente será a Mauna Kea no Havaí.
Ela possui 5898 metros abaixo da superfície, e 4207 metros acima. O total chega a mais de 10105 metros.
Há trincheiras tão profundas no mar profundo que uma montanha como o Everest poderia desaparecer sem deixar rasto! (Uma trincheira é uma depressão longa, estreita e íngreme no fundo do oceano).
Mas, como assinala Cindy Lee Dover, cientista da Marinha norte-americana, em seu livro eloquente, “Deep Ocean Journeys: Discovering New Life in the Bottom of the Sea” (1996), o fundo do mar é a “maior região selvagem e menos conhecida em nosso planeta”.
“Sabemos mais sobre a superfície de Marte e Vênus e a parte de trás da lua do que sabemos sobre o fundo do mar “.
E essa é uma verdadeira tragédia, como ela ressalta. Pois, há razões para acreditar que todo o processo que está ocorrendo no fundo do oceano nos diz sobre os responsáveis pela formação da superfície terrestre como sabemos.
“Se quisermos entender as forças geológicas que dão forma ao nosso planeta, devemos entender os processos geológicos expressados pelas características do fundo do mar”, diz Dover.
A cientista viajou para as profundezas do oceano para explorar os vários tipos de criaturas complexas que vivem nas águas profundas perto de aberturas vulcânicas que poderiam funcionar como modelos para locais onde a vida poderia ter se originado na Terra.
As estatísticas que ela dá são surpreendentes: que a lava produzida por vulcões subaquáticos em um ano é suficiente para cobrir uma área quatro vezes maior que o Alasca com um metro de lava!
Mais de um milhão de vulcões ocorrem apenas na Bacia do Oceano Pacífico, mas menos de um por cento desses vulcões foram estudados e monitorados.
Isso significa que menos de um por cento do fundo do planeta foi mapeado, explica Dover.
É por isso que a maior parte da fauna pertencente às águas profundas não é familiar para cientistas. Muitos deles talvez nem tenham nomes. Mas a riqueza desses ecossistemas de águas profundas pode rivalizar com a das florestas tropicais.
Alguns dos nomes dados pelos cientistas aos animais recém-descobertos são realmente engraçados, diz Dover.
Entre eles estão os Verme Espaguete, chamados como tais por causa de sua semelhança com o comestível. Encontrado em um emaranhado, muitas vezes difícil descobrir onde um termina e outro começa!