Durante séculos, as ondas gigantes eram consideradas pouco mais do que um mito, mas isso mudou há três décadas. Houve um tempo em que a ideia de que uma onda desproporcionalmente enorme poderia surgir do nada e afundar um navio inteiro era pouco mais do que uma lenda náutica.
Foi somente em 1995, quando uma enorme onda afundou uma plataforma de perfuração de petróleo na costa da Noruega, que a realidade dessas gargantuanas e assustadoras ondas foi trazida à tona.
A verdade é que as ondas gigantes podem e realmente acontecem, mas os cientistas ainda não compreendem totalmente como ou por quê.
Nas últimas décadas, houve dezenas de exemplos registrados e elas não se limitam ao oceano aberto – há até mesmo casos de ondas gigantes em lagos.
A mais extrema de todas – conhecida como a onda de Ucluelet – ocorreu no Pacífico em novembro de 2020. Uma boia que estava situada ao largo da costa da Colúmbia Britânica registrou uma altura de onda de 17,7 metros, aproximadamente três vezes maior do que as outras ondas ao seu redor naquele momento.
“Proporcionalmente, a onda de Ucluelet é provavelmente a onda gigante mais extrema já registrada”, disse o físico Johannes Gemmrich, da Universidade de Victoria.
“Apenas algumas ondas gigantes em alto mar foram observadas diretamente, e nada dessa magnitude.”
Felizmente, naquele caso específico, ninguém se feriu, mas se um navio estivesse lá em vez de uma boia, a história poderia ter sido completamente diferente.
Na verdade, acredita-se agora que alguns naufrágios anteriormente inexplicados tenham sido resultado de ondas gigantes, e as previsões climáticas sugerem que esse fenômeno pode se tornar mais comum no futuro.
Os cientistas agora se empenharão em entender o máximo possível sobre quando e onde essas imensas ondas provavelmente ocorrerão antes que mais vidas sejam perdidas.