Os cientistas teóricos há muito se perguntam por que o universo existe e como ele começou. Recentemente, dados coletados pelo telescópio Subaru, no Japão, trouxeram novas perspectivas sobre essa questão fundamental.
Quando o Big Bang ocorreu há 13,8 bilhões de anos, teorias em física de partículas sugerem que a mesma quantidade de antimatéria deveria ter sido criada junto com a matéria. A antimatéria é semelhante à matéria, mas com propriedades opostas. Quando se encontram, aniquilam-se, deixando apenas energia. No entanto, se isso fosse verdade, o universo teria sido completamente aniquilado, o que claramente não aconteceu.
Os pesquisadores, incluindo a física de partículas Anne-Katherine Burns, estão intrigados com esse problema de assimetria entre matéria e antimatéria. Uma recente análise dos dados do telescópio Subaru, focada na quantidade e tipo de hélio em galáxias distantes, pode fornecer uma pista para resolver esse mistério de longa data.
Nos primeiros momentos após o Big Bang, o universo era quente e cheio de partículas elementares como prótons, nêutrons e elétrons. Também estavam presentes neutrinos e antineutrinos, partículas minúsculas e fracamente interativas, e suas contrapartes de antimatéria.
Acredita-se que um segundo após o Big Bang, os núcleos dos elementos leves, como hidrogênio e hélio, começaram a se formar em um processo chamado Nucleossíntese do Big Bang. A composição resultante foi cerca de 75% de hidrogênio e 24% de hélio, com pequenas quantidades de núcleos mais pesados.
A teoria mais amplamente aceita sobre a formação desses núcleos envolve neutrinos e antineutrinos desempenhando um papel fundamental na criação, especialmente, dos núcleos de hélio.
A equipe de cientistas do telescópio Subaru analisou dados de 10 galáxias ricas em hidrogênio e hélio e descobriu que havia menos hélio do que o previsto pela teoria aceita. Usando essa descoberta, eles retrocederam e calcularam o número necessário de neutrinos e antineutrinos para produzir a quantidade de hélio observada. Os resultados sugerem que o número de neutrinos era maior que o de antineutrinos.
Essa descoberta pode ter implicações profundas e ajudar a explicar a assimetria entre matéria e antimatéria no universo. Os cientistas agora têm uma pista importante – os neutrinos – que poderia ser a chave para desvendar esse mistério há muito tempo intrigante.
No entanto, embora essa pesquisa seja emocionante, os cientistas enfatizam que é um passo na direção certa, mas não uma confirmação definitiva. A teoria agora proposta precisa de mais investigação e estudo para determinar sua validade completa.