Um estudo recente realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, revelou um fenômeno intrigante: mulheres que deram à luz recentemente têm uma maior propensão a enxergar rostos em padrões que não os contêm.
Essa descoberta, conhecida como pareidolia facial, é um erro cometido pelo sistema de detecção de rostos do cérebro. Os pesquisadores compararam mulheres grávidas com aquelas que tinham dado à luz nos últimos 12 meses e observaram que as mães recentes relataram ver mais rostos em imagens de objetos com padrões semelhantes a rostos do que as mulheres grávidas.
Os cientistas sugerem que essas diferenças podem estar relacionadas aos níveis do hormônio ocitocina, conhecido como “hormônio do amor” devido à sua ligação com os laços sociais e a reprodução. Acredita-se que os níveis de ocitocina variem naturalmente durante e após a gravidez, o que pode explicar a sensibilidade aumentada das mães recentes à pareidolia facial.
A descoberta levanta a possibilidade de que a sensibilidade a padrões semelhantes a rostos possa variar ao longo da vida das pessoas, influenciada por fatores hormonais.
Embora o estudo seja preliminar e não tenha medido diretamente os níveis de ocitocina nas participantes, os resultados são emocionantes e abrem caminho para pesquisas futuras. Compreender melhor a pareidolia facial e suas variações pode nos ajudar a desvendar os mistérios da mente humana e sua relação com os hormônios, proporcionando uma visão mais profunda sobre o funcionamento do cérebro e sua influência em nossa percepção do mundo ao nosso redor.
Os pesquisadores destacam que é necessário realizar estudos adicionais para confirmar essas descobertas e investigar outras possíveis influências, como níveis de ansiedade, estresse e fadiga, que podem afetar o desempenho das participantes no teste.