A NASA acaba de publicar os resultados da sua missão espacial mais recente: a colisão da sonda DART com um asteroide chamado Dimorphos.
O objetivo era testar se seria possível desviar a trajetória de um asteróide que poderia, eventualmente, colidir com a Terra e causar uma catástrofe planetária. Os cientistas responsáveis pela missão analisaram os dados coletados desde então e publicaram cinco artigos na revista Nature explicando os detalhes dos resultados.
O mais surpreendente? Segundo os cientistas, a técnica utilizada pela DART é eficaz e pode ser usada para nos defendermos de um asteroide potencialmente perigoso.
Durante a missão, um dos painéis solares da DART colidiu primeiro com o Dimorphos antes que o corpo da sonda se chocasse completamente com o asteroide a uma velocidade de 6 km por segundo. A sonda colidiu com o asteroide a cerca de 25 metros do seu centro, o que foi um fator crucial para o sucesso da missão, já que maximizou a força do impacto.
De acordo com os estudos, a colisão conseguiu ejetar cerca de 1 milhão de quilogramas ou 1.100 toneladas de rocha do Dimorphos. O jato de detritos voou para fora do asteroide, gerando quatro vezes o impulso do impacto da DART e alterando ainda mais a trajetória do Dimorphos.
Embora a NASA tenha testado a missão em apenas um asteroide, os cientistas concluíram que para asteroides do tamanho do Dimorphos (cerca de 170 metros de diâmetro), não precisamos nem mesmo enviar uma missão de reconhecimento antecipado.
Desde que tenhamos pelo menos alguns anos de tempo de alerta, embora algumas décadas sejam preferíveis, poderemos interceptar futuros asteroides ameaçadores.
Franck Marchis, do Instituto SETI em Mountain View, Califórnia, disse à Nature: “Podemos rapidamente projetar uma missão para desviar um asteroide se houver uma ameaça, e sabemos que isso tem uma chance muito alta de ser eficaz.”
Mas isso não é tudo. Em 2026, a missão Hera da Agência Espacial Europeia (ESA) chegará ao Dimorphos.
A missão irá estudar o sistema binário de asteroides Didymos e Dimorphos para validar ainda mais o método de impacto cinético da DART para uso futuro. Quem sabe quais outras descobertas interessantes podem surgir dessas missões espaciais?