A sabedoria popular tem sido tema de discussão em relação à sua relevância e impacto na sociedade contemporânea. Durante a praga de Londres em 1665, muitas pessoas confiavam em métodos populares, como beber uma mistura de alho e leite, na esperança de se proteger da doença. Hoje em dia, com a pandemia da COVID-19, vemos a propagação de crenças populares nas redes sociais, como a ideia de que o alho pode curar ou prevenir a doença. No entanto, apesar de algumas substâncias naturais possuírem propriedades antimicrobianas, a eficácia desses remédios populares carece de fundamentação científica.

Embora a sabedoria popular seja transmitida ao longo das gerações e tenha raízes culturais, nem todas as suas crenças resistem ao escrutínio científico. Por exemplo, a crença de que comer antes de nadar causa afogamento foi desmentida por pesquisas. Embora algumas dessas crenças possam parecer inofensivas, outras podem representar riscos para a saúde. Por exemplo, o consumo excessivo de alho cru pode levar a queimaduras químicas na língua, como foi o caso de uma mulher que tentava se proteger do coronavírus.

Embora alguns exemplos de sabedoria popular tenham um nível de plausibilidade biológica, outros não. Por exemplo, a crença de que “uma maçã por dia mantém o médico longe”, um provérbio médico popular de cerca de 1870, provavelmente se baseava na sabedoria de que as maçãs são cheias de nutrientes. Curiosamente, os cientistas descobriram que, embora o teor de vitaminas das maçãs possa não ser particularmente excepcional, as maçãs são consideradas um alimento chamado funcional (que deve atender a critérios científicos, ao contrário dos “superalimentos”) devido ao número de substâncias bioativas que possuem. que parecem promover a saúde.

É importante compreender a complexa relação entre a sabedoria popular e a ciência, pois a disseminação de informações não fundamentadas pode representar um perigo à saúde pública. Embora algumas pessoas possam aderir a crenças populares sem necessariamente serem anti-ciência, é fundamental que as informações sejam respaldadas por evidências científicas sólidas. Nesse sentido, é essencial que especialistas e instituições de saúde estejam atentos à disseminação de mitos e desinformação, especialmente nas redes sociais, onde tais crenças podem se espalhar rapidamente.

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