O início dos anos 90 marcou o início do sucesso da World Wide Web. Para usá-la, você precisava de um navegador da web. Os primeiros usuários da internet podiam se contentar com softwares simples baseados em texto, mas a Web tinha uma interface gráfica desde o início. Vários produtos competiam pela dominação nos primeiros dias, mas, em última análise, a Primeira Guerra dos Navegadores se resumiu a duas escolhas: Netscape Navigator ou Microsoft Internet Explorer.

Navegadores Web iniciais

O primeiro navegador da Web, projetado por Tim Berners-Lee, foi chamado de WorldWideWeb. Não era surpreendente que rodasse no NeXTSTEP e não pudesse exibir imagens em um documento, apenas em uma janela pop-up. No entanto, o WorldWideWeb era pouco mais que um protótipo. Logo, outros desenvolvedores entraram na briga. Um engenheiro taiwanês chamado Pei-Yuan Wei desenvolveu um navegador chamado ViolaWWW. Isso podia exibir imagens em uma página da web e tinha molduras e scripts rudimentares. Mas o ViolaWWW foi logo ofuscado pelo Mosaic, o avô de todos os navegadores modernos.

Mosaic

O Mosaic foi desenvolvido no National Center for Supercomputing Applications (NCSA) da Universidade de Illinois. Em comparação com os outros navegadores iniciais, o Mosaic era mais fácil de usar, com melhor renderização de páginas da web, incluindo gráficos em linha. Mais importante, tinha uma equipe de engenheiros talentosos por trás dele. O Mosaic não foi o primeiro navegador de forma alguma, mas foi o primeiro a fazer direito.

Netscape Navigator

O Mosaic fez tanto sucesso que seus desenvolvedores, liderados por Marc Andreessen, saíram do NCSA e iniciaram sua própria empresa chamada Netscape. Lá, trabalharam na criação de um novo navegador do zero, tomando o cuidado de não copiar nenhum código do Mosaic. O resultado foi o Netscape Navigator. Andreessen e sua equipe esperavam que fosse um “Mosaic Killer”, um termo que representavam com um mascote semelhante a Godzilla chamado “Mozilla”. Este mascote foi considerado muito pouco profissional e logo foi abandonado, apenas para ressurgir anos depois.

O navegador da Netscape incluía várias melhorias técnicas na experiência de navegação na web, como cookies e Javascript. O Navigator era um produto comercial que custava cerca de US $30, embora a Netscape tivesse políticas liberais para licenciá-lo para universidades e ISPs, tornando-o prontamente disponível para muitas pessoas gratuitamente. Graças à ampla distribuição e uma série de inovações técnicas, o Netscape Navigator rapidamente se tornou o padrão dominante.

Spyglass e Internet Explorer

Apesar do sucesso da Netscape, o Mosaic não foi morto. Para monetizar seu navegador, a NCSA dividiu seus ativos comerciais em uma empresa chamada Spyglass. A Spyglass competiu com a Netscape por um tempo, até que a empresa de software mais poderosa do mundo bateu à sua porta. A Microsoft queria entrar no mercado de navegadores da web. Eles licenciaram o Mosaic da Spyglass e criaram um novo navegador chamado Internet Explorer.

Assim começou a Primeira Guerra dos Navegadores.

Na metade da década de 1990, a Netscape era a queridinha do Vale do Silício. Seu IPO em 1995 foi uma das maiores ofertas públicas da história, e a escolha de abrir capital antes de obter lucro deu início à bolha da internet.

No entanto, eles estavam prestes a enfrentar uma luta. O modelo de negócios da Netscape foi construído em torno da venda de cópias de varejo do Navigator. Mas a Microsoft ganhava a maior parte do seu dinheiro vendendo o Windows 95 e o Microsoft Office. Isso significava que eles podiam dar o Internet Explorer de graça. Isso, junto com sua reputação, ajudou-os a ganhar um espaço no mercado.

Mas o verdadeiro golpe ainda estava por vir. A Microsoft decidiu incluir o Internet Explorer em cada cópia do Windows 98. Não apenas isso, mas integraram o navegador ao sistema operacional. Com o Windows 98, você precisava fazer um esforço para usar o Netscape. Caso contrário, seu computador usava o IE por padrão.

A Queda da Netscape A Netscape revidou adicionando mais recursos ao seu produto. Eles integraram o Navigator 4.0 em um pacote de aplicativos chamado Netscape Communicator. Isso incluía o navegador, além de um cliente de e-mail, editor HTML, agregador de notícias e outras utilidades da Internet. Foi popular o suficiente, mas à medida que a Netscape adicionava mais recursos, sua base de código ficava desorganizada.

No início de 1998, a Netscape criou uma fundação sem fins lucrativos para criar uma base de código de código aberto. Eles nomearam a fundação com base em sua mascote, Mozilla. A Fundação Mozilla tinha potencial, mas a Netscape como uma entidade comercial continuou a sofrer. Mais tarde, naquele ano, eles se fundiram com a AOL. Isso os ajudou a distribuir seu navegador gratuitamente também, mas com o Windows 98 dominando o desktop, era tarde demais. Em apenas alguns anos, até mesmo a AOL mudou para o Internet Explorer. A Netscape estava morta para sempre.

O Triunfo do E Azul Gigante

Ao incluir o Internet Explorer com o Windows e o Mac OS, a Microsoft conquistou completamente o mercado. Em 2002, o Internet Explorer detinha mais de 95% do mercado. A Microsoft venceu a Primeira Guerra dos Navegadores. E então eles descansaram sobre os louros. Quando o Windows XP foi lançado (incluindo o Internet Explorer 6), a Microsoft havia parado de inovar.

Eles consideravam o IE apenas mais uma parte do sistema operacional, como o Solitário. Seguiu-se alguns anos de estagnação, mas à medida que a Web cresceu e mudou, um novo produto surgiria das cinzas da Netscape. O projeto Mozilla quase esquecido desafiaria o IE mais uma vez, abrindo o caminho para a Segunda Guerra dos Navegadores.

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