A possibilidade de melhorar as habilidades mentais de uma pessoa tem sido de grande interesse para pesquisadores da psicologia e neurociência há décadas. Uma nova pesquisa sugere que a estimulação elétrica do cérebro pode ajudar a alcançar o objetivo de aumentar a função mental. Os pesquisadores da Reinhart Lab da Universidade de Boston examinaram os efeitos da estimulação elétrica do cérebro em diferentes funções mentais em pacientes e pessoas saudáveis.
Durante o procedimento, as pessoas usam um boné elástico com eletrodos que entregam correntes elétricas fracas oscilando em frequências específicas em seu couro cabeludo. Ao aplicar essas correntes controladas em regiões específicas do cérebro, é possível alterar a atividade cerebral ao empurrar os neurônios para dispararem ritmicamente.
A pesquisa sugere que as células cerebrais se comunicam efetivamente quando coordenam o ritmo de suas descargas. O objetivo da estimulação elétrica do cérebro é induzir externamente a atividade cerebral rítmica que promove a função mental saudável, especialmente quando o cérebro podenão ser capaz de produzir esses ritmos sozinho. No entanto, a tecnologia de estimulação elétrica do cérebro ainda é nova e como funciona ainda é incerto. Alguns estudos encontram evidências de mudanças na atividade cerebral e na função mental com a técnica, enquanto outros sugerem que as correntes geralmente usadas podem ser muito fracas para ter um efeito direto.
Para esclarecer essas questões, os pesquisadores realizaram a maior e mais abrangente meta-análise até o momento sobre o uso da estimulação elétrica do cérebro para mudar a função mental. Eles examinaram mais de 100 estudos publicados com um total combinado de mais de 2.800 participantes humanos. Eles descobriram que houve uma melhoria consistente e imediata na função mental com a técnica, com melhorias particularmente fortes na função executiva, atenção e memória.
A análise também mostrou que a estimulação elétrica do cérebro pode melhorar a função cognitiva em idosos e pessoas com condições neuropsiquiátricas. Além disso, a técnica pode ter um efeito bidirecional na função mental, o que pode ser útil para desenvolver projetos flexíveis e direcionados para necessidades clínicas específicas.
A possibilidade de melhorar a função cognitiva de uma pessoa sem medicação por meio da estimulação elétrica do cérebro é promissora e pode ter implicações significativas na vida cotidiana de muitas pessoas. No entanto, mais pesquisas são necessárias para aprimorar a técnica e entender melhor como ela funciona no cérebro. Mesmo assim, a meta-análise realizada pelos pesquisadores de Boston sugere que a estimulação elétrica do cérebro pode ser uma ferramenta útil para melhorar a capacidade mental, especialmente em situações em que a função cognitiva é essencial, como no controle do tráfego aéreo ou no tratamento de pacientes com demência.