Você já parou para pensar como as pessoas visualizam as coisas em suas mentes? Será que todos enxergam as mesmas imagens ou cada um possui uma percepção única?

Estudos recentes revelaram que há uma grande variação na maneira como as pessoas visualizam as coisas em suas mentes, desde aquelas que não conseguem imaginar nada mentalmente até aquelas que conseguem imagens brilhantes e vívidas.

Algumas pessoas enxergam formas em suas mentes quando ouvem música ou imaginam cores quando veem números – um fenômeno chamado sinestesia.

Existem até mesmo pessoas que possuem uma forma de sinestesia em que suas mentes correm um texto escrito em uma espécie de “fita mental”.

Essa sinestesia de “fita de legendas” ou “TTS” (do inglês “ticker tape synesthesia”) foi estudada pela primeira vez em 1883 por Francis Galton, primo de Charles Darwin, mas pouco se sabia sobre ela até recentemente.

Um estudo recente, um dos primeiros a explorar mais profundamente essa condição, descobriu que, dos 26 participantes com TTS, a maioria possuía outros tipos de sinestesia, mais comumente espaço-tempo ou número-espaço, onde eles experimentam o tempo ou os números como uma localização.

Havia alguma variação no tempo que as pessoas tinham TTS, com 19 dos 26 participantes relatando que experimentavam isso desde que aprenderam a ler ou desde que se lembram. Mas três disseram que isso só começou na adolescência.

Enquanto muitos adultos conseguem imaginar palavras escritas quando ouvem alguém falar, as pessoas com TTS são diferentes pela facilidade com que isso acontece.

De fato, algumas pessoas não conseguem parar, mesmo quando isso torna difícil seguir conversas quando muitas pessoas falam ao mesmo tempo.

Como ocorre com o TTS, podemos às vezes aumentar a quantidade ou o tipo de informações disponíveis para nós criando imagens em nossas mentes.

Por exemplo, depois de serem treinadas para criar imagens visuais em suas mentes sobre uma história que estava sendo lida para elas, as crianças que tinham dificuldade em entender histórias tiveram um desempenho melhor em testes de compreensão.

Isso mostra como mais informações, mesmo que seja apenas uma imagem em nossas mentes, podem nos ajudar a lembrar e entender melhor o mundo ao nosso redor.

Pesquisas mostram que algumas pessoas nascem sem a capacidade de ver imagens em suas mentes, enquanto outras podem perder essa habilidade, por exemplo, após lesões cerebrais.

O estudo recente mostrou que alguns sobreviventes de AVC não conseguem ouvir sua própria voz em suas cabeças depois de sofrerem danos no hemisfério esquerdo do cérebro. O mesmo acontece com a perda da fala.

As imagens visuais e auditivas estão conectadas à nossa capacidade de lembrar coisas, entender o que lemos e ouvimos e refletir sobre nossas vidas e sobre quem somos. Estamos todos em um espectro de imaginação mental.

Algumas pessoas se encontram em extremos do espectro desde o nascimento, enquanto outras mudam para as extremidades após eventos de vida que desencadeiam mudanças.

No entanto, ainda é desconhecido quais tipos de incidentes ou quais características pessoais afetam a imaginação das pessoas.

Descobrir as respostas para essas questões é fundamental para começar a explorar a mente humana e ajudar aqueles que perderam sua capacidade de imaginação.

Além disso, a capacidade de processar informações de diferentes sentidos ao mesmo tempo pode ser útil em algumas situações, como quando nossos ancestrais caminhavam na savana africana e precisavam reconhecer rapidamente os sons e imagens ao seu redor para se protegerem de predadores.

Assim, podemos concluir que a habilidade de criar imagens mentais é uma parte importante do nosso cérebro e afeta muitas áreas da nossa vida, desde a compreensão de histórias até a tomada de decisões rápidas e precisas.

Entender como isso funciona e como pode mudar ao longo do tempo é um fascinante desafio científico que pode nos ajudar a desvendar ainda mais os mistérios da mente humana.

Deixe seu comentário!Cancelar resposta

error:
Sair da versão mobile